In My House is a project consisting of six oil paintings created in 2024. These works combine two classic genres of painting: self-portrait and still life. By utilizing objects associated with the present, such as a phone reflected in a mirror, a jar of Nivea cream, and a supermarket candle, a dialogue is established between two of the oldest and most recognized genres in the history of painting and contemporaneity. This approach creates a bridge between the past and the present – the main theme of this project.

The paintings also include family photographs in which the artist herself is present. By incorporating these portraits alongside the self-portrait, through the use of the mirror, the artist brings the subject into the present. Through this representation, a reflection on the past and how it constantly resonates in the present occurs. This subject is reinforced in the transposition of these painting genres into contemporary times.

These objects also function as personal attributes that describe the artist's identity and the memories embedded in them, becoming doubly inscribed self-portraits: both through the representation of her face and the inclusion of objects that were part of her daily life and that also reflect her identity.

The way the works are displayed also explores the expectations of observing an oil painting. For centuries, oil paintings were expected to be framed on a structured support. In these paintings, which are displayed directly on the wall, a dialogue is established between a calm and colloquial painting style, with torn and poorly cut edges, challenging preconceived notions about painting. These six elements bear a rigid register that might subject us to a more historical representation of painting; however, the author disrupts this by transposing that stylistic choice onto a support that is far removed from traditional painting.

Na Minha Casa é um projeto constituído por seis obras a óleo realizadas em 2024. Estas obras integram dois géneros clássicos da pintura: o autorretrato e a natureza-morta. Utilizando objetos associados ao presente, como o telemóvel refletido no espelho, o boião de creme Nivea e a vela de supermercado, é estabelecido um diálogo entre dois dos géneros mais antigos e reconhecidos da história da pintura com a contemporaneidade. Esta abordagem cria uma ponte entre o passado e o presente – o tema principal deste projeto. As pinturas incluem também fotografias de família, nas quais a própria artista está presente. Ao incorporar esses retratos juntamente com o autorretrato, por meio do uso do espelho, a artista coloca o assunto no presente. Acontece, através desta representação, uma reflexão sobre o passado e como ressona constantemente no presente. Este assunto é reforçado na transposição destes géneros da pintura para a contemporaneidade. 

Estes objetos funcionam também como atributos pessoais e que descrevem a sua identidade e as memórias que neles insere, passando a ser autorretratos duplamente inscritos: tanto pela representação do seu rosto como pela inclusão de objetos que fazem parte do seu quotidiano e que também refletem a sua identidade. A forma como são expostas também exploram a expectativa ao observar uma pintura a óleo. Durante séculos a pintura a óleo deveria ser engradada num suporte. 

Nestas pinturas, que são expostas diretamente na parede, é estabelecido um diálogo entre uma pintura calma e coloquial, com bordas rasgadas e mal cortadas, falando sobre a pintura e as suas noções pré-concebidas. Existe nestes seis elementos um registo rígido que nos pode submeter para uma representação mais histórica da pintura, no entanto, a autora quebra isso com a transposição dessa escolha estilística para um suporte muito pouco parecido com essa mesma pintura.